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BIO

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Me chamo Camila Bradley, cresci numa casa com muitos livros e esse privilégio tornou meu horizonte infinito de possibilidades. Ter uma mãe leitora voraz, desde os livros em papel jornal, passando pelo gaúcho Luís Fernando Veríssimo, os nordestinos imortalizados pela ABL Ariano Suassuna José Paulo Cavalcanti Filho, até um certo colombiano premiado, Gabriel Garcia Márquez, a chilena Isabel Allende e a quase brasileira Clarice Lispector.

A lista é infinita e justifica plenamente meu amor pelas palavras. Viajei o mundo e vivi grandes histórias através dos parágrafos desses e de tantos outros autores, poetas e romancistas. 

Mas há uma estória que poderia facilmente ter saído de alguma dessas mentes brilhantes, que é a da minha vida. Parágrafos quase inimagináveis que o destino preparou para mim.

Me casei antes de me formar, fiquei viúva quando meu primeiro filho tinha 37dias, um ano depois perdi meu irmão para o câncer e eu ainda nem tinha 30 anos! Aos 30, fui diagnosticada com TDAH (uma hiperatividade mental que justificou e me trouxe muitas respostas ao longo tempo).

Aos 40, fui diagnosticada com depressão, considerada grave, possivelmente ocasionada pelo TEPT (Transtorno do Estresse Pós-Traumático). Demorei a procurar ajuda e demorei mais ainda para aceitar esse diagnóstico, porque eu achava que já tinha passado por todos os parágrafos tristes que essa vida tinha reservado para mim.

Camila Bradley sentada em uma cadeira com uma obra de arte ao fundo

Foram muitos psiquiatras, psicoterapeutas, remédios, exames, sessões de terapia. E então passei ouvir muitas palavras como: edorfina, antidepressivos, serotonina, neurotransmissores, mindfulness, entre outras.

Me entreguei ao tratamento, oscilei durante meses, até o dia que eu entendi que eu tinha que achar algo que me desse prazer, achar o tão surrado termo "propósito".!

Em São Paulo, despretensiosamente, fui a uma exposição de Abraham Palatnik. Artista nonagenário, com uma carreira pioneira e brilhante na arte cinética, pois suas obras contêm instalações elétricas que criam movimento e jogo de luzes.

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Eu não entendia como aquelas cores se misturavam e decidi aprender a trabalhar com madeira. Eu, autodidata e metida a autossuficiente, troquei o Excel pelo Illustrator e comecei desenhar no computador.

Passei meses estudando cores, softwares, máquinas e finalmente tive a coragem de colocar a mão na massa. Muitos meses se passaram entre tentativas, estudos, incentivos de amigos, família até chegar a coragem de expor para o mundo esses passos.

Vivi até aqui para descobrir que a arte é o que trouxe sentido para mim. E é nesse trabalho que eu deposito toda a história pesada que eu vivi e as armas que essa vida me deu...

Quando cada obra fica pronta, para mim, é quase inacreditável. Cada uma tem um pouco da minha história. Cada estudo de cores se confunde com as minhas lembranças e flui.

Sempre duvidei de mim, mas sempre tive certeza da arte na minha vida. Cheguei à conclusão de que a arte é o meu direito de viver!

Camila Bradley com seu logo e um fundo laranja
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